Em 2018 a região vai vivenciar as
eleições para prefeito. Pelo menos indiretamente. Isso porque praticamente não
se observa no horizonte uma candidatura viável com interesse exclusivo na
representatividade legislativa. Assim, mesmo que sejam eleitos, esses
representantes vão “esquentar o banco” federal ou estadual apenas para turbinar
um projeto político/eleitoral de um pouco mais adiante. Arriscaria o
prognóstico que a região ficará sem representante na próxima legislatura,
levando a compromisso com deputados “de fora” para que possam deixar algum
espaço em seus redutos para olhar para nossas bandas. Isso não é novidade
propriamente. Nossas terras já foram bons currais externos e essa vocação
também pode se tornar a turbina eleitoral de 2020.
Seja como for, todas as
prefeituras da região tem um tempo limite de seis meses para resolver suas
pendências. O problema é o para que resolver. Aí se encontra a encruzilhada. No
modo de fazer política à brasileira, o poder público se ajeita em função do
calendário político, portanto, responde a projetos de poder puro e simples. Assim,
qualquer melhoria será apenas melhoria, quando os tempos de hoje gritam por
mudança significativa, por transformação, por abertura de espaços para pessoas
não apenas íntegras como também absolutamente competentes no que fazem. Falta à
política a noção de serviço. Político deveria se comportar como servidor e não
como um ungido de cabeça coroada, a frente de uma corte de bajuladores
interesseiros.
Com base em dados, indicadores e
reunindo os cérebros certos, foram muitos os governos em todos os níveis e em
todas as nacionalidades ao longo da história que constituíram projetos não
apenas inovadores como também decisivos para o bem-estar de suas comunidades.
Assim, conseguia-se enxergar uma identidade de grupo, uma noção de onde se
parte e para onde se vai. O que mais vemos, no entanto, é um caleidoscópio de
pequenas peças, se mexendo individualmente para dar alguma visão de volume ao
todo. Mais ainda assim, peças soltas.
Acreditam os paranormais da
economia, em sua vidência, que 2018 será um ano de melhora. Particularmente
devíamos colocar a devoção em outros santos. É de uma inacreditável ingenuidade
alguém conceber capitalismo sem crise. Portanto elas, cedo ou tarde, farão
parte do processo. E como gestão é administrar a escassez para que todos possam
ter algo de bom, são necessários talento, integridade e inteligência, mas,
acima de tudo, planejamento. O que não é mais possível é tentar colocar roupas
curtas em elefantes. E isso significa coloca o modelo político tradicional na
berlinda;
Sim, pois para sobreviver ele
precisa continuar a reproduzir suas práticas e, para isso, precisa de grandes
recursos. Mas como esses recursos não são mais graciosos é preciso produzir essas
condições. Só que para produzir essas condições os governos não podem mais ser
o que são. Desse modo, manter as coisas como são exigem cada vez mais
compromissos externos, loteamento de governos e tudo o mais que apenas servem
para manter pessoas e não uma efetiva perspectiva de transformação e
desenvolvimento.
Esse ano promete. Vamos apenas
ver o que cumprirá.
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