Recentemente pude aprender
algumas lições em política, afinal, ela é dinâmica. Para conquistar a
consideração do distinto leitor e a brandura da diagramação deste espaço, vou
nominar apenas três.
A primeira lição é a de que
qualquer transformação só pode surgir do processo revolucionário.
Desconsiderando momentaneamente sobre qual lado político a promova e se virá
pela mudança radical de pensamento e comportamento ou pela via da força, o que
nos importa nesse breve instante é a afirmação de que os poderes constituídos
são centrífugos e tendem a conservação. Observemos bem as estratégias do
Planalto e de seus aliados, bem como de todos os políticos e demais envolvidos
com os malfeitos contra a nação e a República, e vamos concluir que as peças
estão se movendo rumo ao acerto das arestas. Se as investigações não podem
retroagir, podem ser impedidas, sustadas, arquivadas, desconsideradas, negadas
e, para isso, basta que se coloquem as pessoas certas nos lugares certos em
defesa do errado.
Já não resta muita dúvida que as
recentes modificações na Procuradoria Geral da República, bem como do
comportamento da base parlamentar vá dar ao país um desfecho diferente do que
imaginamos, a vitória do argumento de um país cambaleante que precisa de paz
para ser reformado. O problema é que toda e qualquer reforma, no momento, é
como uma demão de cal rala em paredes tomadas de mofo e podridão.
A segunda lição recente, e que
deve ser aprendida rápido por quem tem apetite em política é de que não existe
fila. O político que espera sua vez na fila para lutar pela possibilidade de
ver seus ideais concretizados em mandato está fadado ao ocaso precoce. Toda e
qualquer fila é um arranjo provisório e desconsidera a dinâmica dos fatos e,
não raro, presta-se mais ao serviço da formação de dinastias do que
propriamente a oxigenação, crescimento e fortificação de grupos políticos.
A primeira conhecemos bem, os
processos dinásticos das famílias políticas, dos coronéis que exerceram o
mandonismo nos campos e nas cidades. O resultado quase sempre não acaba bem. Ao
menos para o povo, com plena certeza. Já a oxigenação faz um grupo crescer e
prosperar. Para isso basta deixar que a política faça seu trabalho, pois ela
mostra de fato qual candidato possui as condições para ser a nova liderança. E
quanto mais se antecipa esse destino mais se mostra a fragilidade do nome
posto, pois precisa desesperadamente ser inflado mais pela mão que ameaça o
tapa do que a mão que afaga e conquista.
Exemplo maior disto é a crise
pelas quais os partidos que tinham seus presidenciáveis consolidados – vários
deles na base da “marra” – e que com os recentes escândalos já podem ser
considerados cartas fora do baralho. E como os grupos e partidos gastaram
precioso tempo em movimentos de conformação com seus fatos consumados, agora se
remoem de modo caótico em busca de figuras que possam ser adesivadas no coração
do povo. Não é fácil. O PSDB que o diga.
A terceira e última lição é a de
que cada político paga o preço por quem escolhe para assessorá-lo. As delações
mostram fartamente as mochilas, malas e outras tantas artimanhas que, em nome
dos políticos ou a mando deles, se fazem no troca-troca criminoso do tráfico de
influência. E tapear um político parece ser tão fácil quanto ele tapear o povo.
Se assim não fosse, não teríamos tanta gente ruim e desqualificada sendo
incensada como gurus e mentores, bem remunerados. É hora do político voltar a
ser o protagonista do elenco.
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