Milagre
Não é só Cabo Frio que ficou sem
um milagre no fim do ano de 2016. No último dia 17 de dezembro o emblemático
fenômeno da relíquia de São Januário, cujo sangue há 627 anos se torna líquido
novamente na presença do Sumo Pontífice não ocorreu. Há quem dia que é um
presságio terrível para o ano que vem. Já o referido milagre em Cabo Frio era o
pagamento dos salários atrasados, ou seja, muito mais difícil que a relíquia do
santo, com todo o respeito ao santo, é claro.
Fezes
Enquanto na Índia o governo
aplica multa de 50 mil rupias para as companhias aéreas que vem descarregando
coco pelos ares, em Cabo Frio ele é livremente utilizado para, digamos,
enfeitar a residência do prefeito e de seus familiares. Mas ele não caiu
graciosamente do céu. Na verdade, os servidores, já exaustos de todo o processo
de desgaste com o atual governo e já cientes de que não ganharão nada ou quase
nada nos próximos dias, tem ao menos proporcionado uma despedida cada vez mais
contundente.
Quem Limpa
Mas se uma parte dos servidores
suja, outra certamente limpa. Como a Consercaf está em dia, inclusive com o 13º
(coisa que os demais servidores não vêem desde 2015), não haverá problemas em fazer
com que nada reste para lembrar as manifestações. O mesmo pode-se dizer da
guarda que, assim que resolver seu problema, voltará a garantir a “ordem”
contra os demais manifestantes que nada conseguiram?
Ele não veio
É por isso que Marx nunca quis
visitar Cabo Frio no século XIX. E dois séculos depois, caso passasse por aqui
ao acaso, numa sessão espírita qualquer, ficaria tentado a ditar uma
psicografia do manifesto, versão caiçara. Explicamos: O movimento dos trabalhadores da prefeitura
funciona na base do “cada um por si”, o que é mortal para a luta coletiva e bom
para qualquer governo. Entretanto, os governantes podem estar chocando o “ovo
da serpente”, pois quando se percebe que os trabalhadores com poder de causar
mais estragos são atendidos primeiro, pode-se generalizar o comportamento.
É Natal!
Desejamos a todos o Natal mais
feliz possível. Chegamos vivos até aqui o que já é motivo para agradecer ao
dono da festa. Até porque não é possível nem morrer em Cabo Frio, já que os
coveiros, também sem receber seus ordenados, já disseram que não enterram
ninguém. Justo. Se nem Caronte, o barqueiro grego da mitologia que atravessava
os mortos pelo Rio Estige, trabalhava de graça, imagina por aqui...
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